Conhecimento - 02-09-2020
Erwinia spp em alfaces
Erwinia spp em alfaces, O que é? Conhecida como podridão mole, é uma doença provocada por uma bactéria (Erwinia carotovora subespécie carotovora, que tem como sinonímia o Pectobacterium carotovorum subespécie carotovorum). Por muito tempo descrita apenas como oportunista em alfaces, recentemente (coisa de uns 10 anos), esta espécie (ou subespécie ...
Erwinia spp em alfaces, O que é?
Conhecida como podridão mole, é uma doença provocada por uma bactéria (Erwinia carotovora subespécie carotovora, que tem como sinonímia o Pectobacterium carotovorum subespécie carotovorum).
Por muito tempo descrita apenas como oportunista em alfaces, recentemente (coisa de uns 10 anos), esta espécie (ou subespécie da Erwinia carotovora), tem provocado perdas na produção, sobretudo nas alfaces americanas e algumas outras (cerca de 90% da produção de alfaces no Brasil está assentada sobre a alface crespa, que salvo em condições de desequilíbrio nutricional severo, ela é suscetível à incidência de Erwinia) ou em plantas mais sensíveis.
Conseguindo penetrar e avançar no tecido vegetal, na maior parte do tempo, tem infecção radial (existem algumas subespécies da Erwinia carotovora que pode ser sistêmica, como a que provoca talo oco no tomateiro e/ou podridão no crisântemo), o que parece não ser o caso da alface (tamanho da bactéria e morfologia dos vasos do hospedeiro parasitado);
Como ocorrem?
De uma forma geral, estas são remanescentes de restos de culturas sensíveis e infectadas anteriormente, como batata inglesa (podridão mole de Erwinia), tomate (talo oco do tomateiro) e mesmo uma outra cultura de alface, mas que foi infectada/teve problemas de podridão mole tendo uma rápida disseminação também sobre esta planta.
Ocorrem preferencialmente em condições de temperaturas elevadas, alta umidade (que é difícil se evitar em hidroponia) e via de regra, com ferimentos pre-existentes, como também uma planta com tecido suscetível (no caso, uma condição de excesso de nitrogênio, por exemplo, que favorece o colapso do tecido).
Inicialmente começam com uma área encharcada do tecido que progridem para o amolecimento da parte afetada e o extravasamento do conteúdo celular, com cheiro característico da atividade de amido. Assim como a maioria das bactérias que infectam tecido vegetal são gram negativas.
Em placa de petri, com meio específico para isolamento (BDA), possuem colônia esbranquiçada a creme, com amolecimento/degradação do amido do meio de cultura, com odor característico).
O que causa?
Causa desintegração do tecido afetado, tendo como sua caracterização primária o odor característico de decomposição de amido: cheiro de ovo podre, o que deprecia o produto para venda e, em estágio mais avançado, perda total da planta (alface, no mercado) até mesmo no campo.
Como manejar?
Independente se oportunista (lixeiro/decompositor) ou descrito como patogênico à cultura, como bactéria, sua disseminação e mobilidade está relacionada à atividade da água, sobretudo a contaminada e todos os tratos culturais para limpeza e desinfecção do ambiente, para diminuir ou de preferencia eliminar o foco de contaminação é importante;
Inclui-se aqui, uma água de origem idônea (sem chance de contaminação/contaminantes) e uma adubação adequada, de modo a não favorecer ferimentos à planta (como a camada de proteção de plantas são compostos cerosos, isto é, não são plásticos e lascam com o rápido crescimento, adubações excessivamente nitrogenadas não são interessantes por incutir micro ferimentos);
Bactericidas agrícolas, embora existam (de um modo geral, empregados em soluções para desinfecção de partes da planta não fotossintéticos, como raízes e pós colheita), possuem efeito colateral de ‘travar’ o crescimento ou até possuírem efeito fitotóxico à cultura, já que pela evolução de seres vivos, acredita-se que a clorofila (células de vegetais especializados na captação da luz solar, para a fotossíntese) tenha sido uma forma de bactéria e, tudo que atinge bactérias prejudicam a planta, sendo recomendado apenas em casos em que os efeitos de cura/controle superem os efeitos colaterais.
A sorte é que a maioria dos problemas sanitários em plantas decorrem de fungos e em menores proporções por bactérias, sendo que é preferível o uso de fungistáticos como os fungicidas protetores, incluindo os cúpricos (se a planta não apresentar fitossensibilidade) para evitar sua entrada do que uso de bactericidas específicos.
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